1. (L.P.Truques e
Táticas) Leia o
poema Canção do exílio de Gonçalves Dias.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Coimbra - Julho 1843.
A partir da leitura desse poema,
é possível inferir que
A) o sujeito lírico exalta a sua
terra de forma individualista, enfatizando essa ideia com o uso do possessivo
em primeira pessoa.
B) A melancolia do sujeito lírico
se dá pela desesperança, já que ele não acredita na possibilidade de retorno ao
espaço de belezas.
C) O sujeito lírico, ao enfatizar os seus
sentimentos e as belezas inigualáveis da terra distante, oscila entre o
individual e o coletivo.
D) A ideia de exílio não está
clara no poema, já que o sujeito lírico somente canta as belezas de sua terra.
E) Embora haja a supervalorização
da terra distante, o que fica em primeiro plano no poema é a interioridade do
sujeito lírico.
2(L. P. Truques e Táticas) Leia
um fragmento de Tereza, poema de Álvares de Azevedo.
Não acordes tão cedo! Enquanto dormes
Eu posso dar-te beijos em segredo...
Mas, quando nos teus olhos raia a vida,
Não ouso te fitar...eu tenho medo!
Enquanto dormes, eu te sonho amante,
Irmã de serafins, doce donzela;
Sou teu noivo... respiro em teus cabelos
E teus seios venturas me revela.
De acordo
com o poema o eu lírico
(A) prefere
contemplar a amada enquanto dorme.
(B) descreve
momentos de envolvimento físico com a amada.
(C) revela
momentos de correspondência das delicadezas da paixão
(D) sugere
que o medo não interfere na concretização do amor
(E) mostra
que o amor existe apenas nos sonhos da amada
3. (L.P.Truques e Táticas)
Leia o poema.
Deprecação
Tupã, ó Deus grande! Cobriste o teu rosto
Com denso velâmen de penas gentis;
E jazem teus filhos clamando vingança
Dos bens que lhes deste da perda infeliz!
Tupã, ó Deus grande! teu rosto descobre:
Bastante sofremos com tua vingança!
Já lágrimas tristes choraram teus filhos
Teus filhos que choram tão grande mudança.
Anhangá impiedoso nos trouxe de longe
Os homens que o raio manejam cruentos,
Que vivem sem pátria, que vagam sem tino
Trás do ouro correndo, voraces, sedentos.
E a terra em que pisam, e os campos e os rios
Que assaltam, são nossos; tu és nosso Deus :
Por que lhes concedes tão alta pujança,
Se os raios de morte, que vibram, são teus?
Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto
Com denso velâmen de penas gentis;
E jazem teus filhos clamando vingança
Dos bens que lhes deste da perda infeliz.
Teus filhos valentes, temidos na guerra,
No albor da manhã quão fortes que os vi!
A morte pousava nas plumas da frecha,
No gume da maça, no arco Tupi!
[...]
á hoje não caçam nas matas frondosas
A corça ligeira, o trombudo quati...
A morte pousava nas plumas da frecha,
No gume da maça, no arco Tupi!
[...]
Tupã, ó Deus grande! descobre o teu rosto:
Bastante sofremos com tua vingança!
Já lágrimas tristes choraram teus filhos,
Teus filhos que choram tão grande tardança
.
Descobre o teu rosto, ressurjam os bravos,
Que eu vi combatendo no albor da manhã;
Conheçam-te os feros, confessem vencidos
Que és grande e te vingas, qu'és Deus, ó Tupã!
Em “Deprecação”,
o sofrimento do indígena se dá em razão
A) da maldade de Tupã.
B) da chegada do homem branco.
C) da maldição de Anhangá.
D) do desejo de vingança.
E) do
medo de Anhangá.
4(L.P.Truques e Táticas) Lira dos
Vinte Anos é uma obra que marcou o ultrarromantismo, segunda fase do Romantismo
no Brasil. Na primeira parte dessa obra se encontram as características
predominantes dessa geração. Não
caracteriza a geração ultrarromântica
(A) a
angustia profunda e atração pela morte.
(B) o
pessimismo e autodestruição.
(C) o
exagero sentimental e escapismo.
(D) a
mulher perde sua característica de ser puro e angelical e passa a ser vista de
forma mais realista.
(E) o
desejo reprimido associado à ideia de pecado.
5(L.P.Truques
e Táticas) Leia as estrofes abaixo do poema “Navio negreiro” de Castro Alves.
Era um
sonho dantesco... O tombadilho
Que das
luzernas avermelha o brilho,
Em sangue
a se banhar.
Tinir de
ferros... estalar do açoite...
Legiões
de homens negros como a noite,
Horrendos
a dançar...
Negras
mulheres, suspendendo às tetas
Magras
crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas
nuas, espantadas,
No turbilhão de
espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
Sobre essas estrofes é
possível inferir que
A) se
trata dos horrores a que os negros eram submetidos nos porões dos navios.
B) dançar
está no sentido literal e mostra o memento de diversão dos negros.
C) em
“tinir de ferros e estalar de açoites” percebe-se que se trata apenas de sonhos
ou delírios vividos pelos negros.
D) os
homens dançam enquanto as mulheres alimentam seus filhos.
E) O
sofrimento vivido pelos negros é perceptível apenas em alguns versos dessas
estrofes.
6.
(L.P.T e Táticas) Há uso de hipérbole no verso:
A)
Negras mulheres, suspendendo às tetas
B)
Magras crianças, cujas bocas pretas
C)
Em sangue a se banhar
D) Outras moças, mas nuas e espantadas
E) Em ânsia e mágoa vãs!
7. (L.P.Truques e Táticas)
Leia o fragmento abaixo.
Pela margem do grande
rio caminha Jaguarê, o jovem caçador. O arco pende-lhe ao ombro, esquecido e
inútil. As flechas dormem no coldre da uiraçaba.
Os veados saltam das
moitas de ubaia e vêm retouçar na grama, zombando do caçador.
Jaguarê não vê o tímido
campeiro, seus olhos buscam um inimigo capaz de resistir-lhe ao braço robusto.
O rugido do jaguar
abala a floresta; mas o caçador também despreza o jaguar, que já cansou de
vencer.
Ele chama-se Jaguarê, o
mais feroz jaguar da floresta; os outros fogem espavoridos quando de longe o
pressentem.
Não é esse o inimigo
que procura, porém outro mais terrível para vencê-lo em combate de morte e
ganhar nome de guerra.
Jaguarê chegou à idade
em que o mancebo troca a fama do caçador pela glória do guerreiro.
Esse trecho da obra
Ubirajara de José de Alencar evidencia.
(A)
o
heroísmo indígena.
(B)
a
beleza da natureza.
(C)
a
rivalidade entre as tribos indígenas.
(D)
a
descrição dos animais.
(E)
as
caçadas de Jaguarê.
8. (L.P.Truques e
Táticas) Leia o fragmento da obra
Iracema de José de Alencar.
“Muitos guerreiros de
sua raça acompanharam o chefe branco, para fundar com ele a mairi dos cristãos.
Veio também um sacerdote de sua religião, de negras vestes, para plantar a cruz
na terra selvagem. Poti foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho;
não sofria ele que nada mais o separasse de seu irmão branco. Deviam ter ambos
um só deus, como tinham um só coração. Ele recebeu com o batismo o nome do
santo, cujo era o dia; e o do rei, a quem ia servir, e sobre os dois o seu, na
língua dos novos irmãos. Sua fama cresceu e ainda hoje é o orgulho da terra,
onde ele primeiro viu a luz.”
De acordo
com esse trecho, o objetivo de Martim ao voltar é
(A)
valorizar
os costumes indígenas.
(B)
pisar
novamente nas terras onde viveu Iracema, seu grande amor.
(C)
Iniciar
o processo de colonização e conversão dos indígenas ao cristianismo.
(D)
rever
o seu amigo Poti, o companheiro de luta.
(E)
preservar
as terras brasileiras e proteger os indígenas.
9. (L.P.Truques e Táticas) Estabeleça
comparações entre esse trecho da obra “Iracema” de José de Alencar presente na
questão 08 e “Deprecação”, poema indianista de Gonçalves Dias utilizado na
questão 03. Depois de compará-los, explique de que forma é visto o processo de
colonização nos dois textos.
10.
(L.P.Truques e Táticas)
Leia o trecho da obra “O Guarani” de José de Alencar.
“— Não há dúvida, disse D. Antônio de Mariz, na sua cega
dedicação por Cecília quis fazer-lhe a vontade com risco de vida. É para mim
uma das coisas mais admiráveis que tenho visto nesta terra, o caráter desse
índio. Desde o primeiro dia que aqui entrou, salvando minha filha, a sua vida
tem sido um só ato de abnegação e heroísmo. Crede-me, Álvaro, é um cavalheiro
português no corpo de um selvagem! ”
Peri, personagem principal da obra O guarani de
José de Alencar, exemplifica o modelo de herói nacional cultivado durante o
Romantismo. Considerando esse trecho, explique de que forma esse heroísmo
indígena é apresentado nessa obra.
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