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quinta-feira, 22 de junho de 2023

MODERNISMO EM PORTUGAL E PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO NO BRASIL - QUESTÕES


QUESTÕES OBJETIVAS      (1,0)                                      QUESTÕES DISCURSIVAS  (1,5)

 

1.(L.P. Truques e Táticas)) Leia o texto abaixo.

 

 DSEBASTIÃOREI DE PORTUGAL

Louco, sim, louco, porque quiz grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;:
Porisso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que ha.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.

Sem a loucura o que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadaver addiado que
 procria?


                                                                                                        Fernando Pessoa

Nesse poema é correto afirmar que:

 

(A) é o louvor a loucura que distingue o homem do animal e o faz ir em frente na busca da realização do sonho, haja o que houver.

(B) é a loucura que arrasta o homem para o fracasso, ideia clara na expressão “Ficou meu ser que houve”.

(C) está subtendido no verso «Ficou meu ser que houve, não o que há», que o sujeito lírico faz referência aos seus sonhos interrompidos no areal.

(D) está claro que o sujeito lírico se assume como um ser ousado que busca grandezas, mas sugere cautela usando a expressão ” cadáver adiado”

(E)  a loucura, vista pelo sujeito lírico como algo que apequena o homem, o leva para o fracasso.

2. (L.P.Truques e Táticas) O texto a seguir pertence a um dos heterônimos de Fernando Pessoa:

LISBON REVISITED

Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

[...]

Levando em consideração que cada heterônimo se destaca com temáticas diferentes, é correto afirmar que

(A)   a estrofe mostra o pessimismo de Álvaro de Campos presente em grande parte dos seus poemas.

(B)   a preocupação existencial presente em Alberto Cairo está presente nesses versos.

(C)   a negação da vida presente na poesia de Alberto Caeiro.

(D)   a preocupação com a morte na poesia de Ricardo Ries.

(E)   a inquietude de Ricardo Reis presente em grande parte dos seus poemas.

 

3.(L.P.Truques e Táticas)A estrofe a seguir pertence a obra O guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro,  heterônimo de Fernando Pessoa.

 

Sou um guardador de rebanhos. 

O rebanho é os meus pensamentos 

E os meus pensamentos são todos sensações. 

Penso com os olhos e com os ouvidos 

E com as mãos e os pés 

E com o nariz e a boca. 

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la 

E comer um fruto é saber-lhe o sentido

Esses versos encaminham o leitor para a principal característica temática abordada na poesia de Alberto Caeiro. Trata-se:

(A)  do distanciamento do tempo presente;


 (B) da preocupação com a vida campestre;

(C)  da reflexão sobre os elementos da natureza;

(D)   da valorização do pensamento filosófico;

(E)    da valorização dos sentidos.


 

4. (L.P.Truques e Táticas) Leia a estrofe abaixo do heterônimo Álvaro de Campos.

Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,

Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,

Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco

Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,

Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,

Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,

Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?

Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,

Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.

Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,

Sempre, sempre, sempre,

Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,

Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...

 

A partir da leitura dessa estrofe, é possível inferir

(A)       que o sujeito lírico, metaforicamente, embora confuso, mostra contentamento com a vida e seus caminhos;

(B)       que o sujeito lírico lamenta por estar em Sintra, já que sua certeza é Lisboa;

(C)      que há, no eu lírico, angústia, pessimismo e indecisão  em relação  à vida e seus caminhos;

(D)      que a preocupação do eu lírico se limita a espações físicos: Sintra e Lisboa.

(E)       que o sujeito lírico dirige devagar para ter certeza do local onde quer repousar.

5. (L.P.Truques e Táticas) Leia as estrofes de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa.

Segue o Teu Destino


Segue o teu destino, 
Rega as tuas plantas, 
Ama as tuas rosas. 
O resto é a sombra 
De árvores alheias. 

A realidade 
Sempre é mais ou menos 
Do que nós queremos. 
Só nós somos sempre 
Iguais a nós-próprios. 

[...]


Nesses versos é claro o


A)    racionalismo presente na poética de Ricardo Reis.

B)    a negação da realidade.

C)   o pessimismo diante da vida.

D)   a instabilidade emocional.

E)    o sofrimento causado pela solidão.


 6. .(L.P.Truques e Táticas) Leia o poema abaixo

 


Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.

 

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.


                                                                                     (BANDEIRA, Manuel. Estrela da Manhã)

De acordo com o texto

A)      Todos os clientes mostraram-se comovidos diante da ideia da morte

B)       Na segunda estrofe a morte é vista com indiferença por um dos clientes do café

C)       Enquanto uns veem a vida como uma agitação feroz, outro a vê apenas como traição

D)       A morte é algo distante para todos os clientes do café, já que estão confiantes na vida

E)       A palavra longamente da segunda estrofe se opõe a palavra maquinalmente da primeira

7.(L.P.Truques e Táticas) Há uma contraposição na segunda estrofe em relação à primeira. Essa relação semântica pode ser estruturada pelo conectivo


A)    contudo

B)    portanto

C)   pois

D)   logo

E)    porque


8. (L.P.Truques e Táticas) Sabendo que a Semana de Arte Moderna marcou didaticamente o Modernismo no Brasil, faça considerações sobre esse evento e sobre as principais características da primeira fase, ou seja, fase heroica dessa escola literária.

 

 

 

 

 

9.(L. P. Truques e Táticas)  Comente sobre a produção literária de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, considerando o estilo e os temas de destaque desses heterônimos de Fernando Pessoa.

 

 

PROVA -BARROCO NO BRASIL E EM PORTUGAL

 


1.(L.P. Truques e Táticas) O poema a seguir pertence a temática religiosa do poeta barroco, Gregório de Matos Guerra.

 

A Cristo S. N. crucificado

Estando o poeta na última hora de sua vida

 


Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,

Em cuja lei protesto de viver,

Em cuja santa lei hei de morrer

Animoso, constante, firme e inteiro:

 

Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer,

É, meu Jesus, a hora de se verA brandura de um Pai, manso cordeiro.

 

Mui grande é vosso amor e o meu delito;

Porém pode ter fim todo o pecar,

E não o vosso amor, que é infinito

 

Esta razão me obriga a confiar,

Que, por mais que pequei, neste conflito

Espero em vosso amor de me salvar.


 

 

Não está de acordo com o texto acima.

 

(A)   O sujeito lírico dirige-se a Deus de forma humilde, como um pecador arrependido, mas inseguro em relação a misericórdia divina.

(B)   O sujeito lírico, no final da vida, utiliza uma linguagem bem elaborada apelando para a misericórdia divina.

(C)  O sujeito lírico expressa a contrição religiosa e a crença no amor infinito de Cristo, para manifestar, no final, a certeza do perdão.

(D)  Para o sujeito lírico, Deus está sempre disposto ao perdão, por sua misericórdia e bondade; daí deriva sua maior glória.

(E)   O sujeito lírico primeiramente confessa o seu pecado para depois apelar para o perdão de Deus.

2. (L.P. Truques e Táticas) Nesse poema, nota-se, em mais de uma estrofe, o uso de antíteses, figura de linguagem muito utilizada no Barroco. Destaque a alternativa onde se destaca a presença desse recurso.

(A)” Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,

Em cuja lei protesto de viver’

(B) “Em cuja lei protesto de viver,

Em cuja santa lei hei de morrer”

(C) ” Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer”

(D) “É, meu Jesus, a hora de se ver

A brandura de um Pai, manso cordeiro.”

(E) “Esta razão me obriga a confiar,

Que, por mais que pequei, neste conflito”

 

3. (L.P. Truques e Táticas) Leia o trecho da introdução do Sermão de Santo Antônio aos Peixes

“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salgo, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salgo, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal! ”

 

Nesse fragmento, Vieira

 

(A)  afirma que os pregadores são responsáveis pela corrupção, já que não fazem na terra o que faz o sal.

(B)  afirma que a causa da corrupção é o fato de os pregadores pregarem a si e não a Cristo.

(C)  afirma que os ouvintes são culpados pela corrupção na terra, uma vez que não seguem os ensinamentos dos pregadores.

(D)  levanta vários questionamentos a respeito da corrupção a partir da metáfora sal da terra.

(E)  usa a metáfora do sal para elogiar o empenho dos pregadores em pregar a palavra de Deus.

 

4.( L.P.Truques e Táticas) Leia o poema lírico de Gregório de Matos Guerra.

 

A MESMA D. ÂNGELA

 


Anjo no nome, Angélica na cara!

Isso é ser flor, e Anjo juntamente,

Ser Angélica flor, e Anjo florente,

Em quem, senão em vós se uniformara:

 

Quem vira uma tal flor que a não cortara,

De verde pé, da rama florescente;

E quem um anjo vira tão luzente,

Que Por seu Deus, o não idolatrara?

 

 

Se, pois como Anjo sois dos meus altares,

Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda

Livrara eu de Diabólicos azares.

 

Mas vejo que, por bela e por galharda,

Posto que os Anjos nunca dão pesares,

Sois anjo que me tenta e não mguarda.

 

 


Na primeira estrofe desse texto, o sujeito lírico destaca a beleza da amada por meio de

(A)         antítese

(B)         paradoxo  

(C)         metáfora

(D)     prosopopeia

(E)     hipérbole

 

5.( L.P.Truques e Táticas) O paradoxo que revela o conflito vivido pelo sujeito lírico nesse poema ne encontra no verso

(A)“Anjo no nome, Angélica na cara!

 (B) “Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda”

(C)“Livrara eu de Diabólicos azares”

(D)‘’Sois anjo que me tenta e não me guarda.”

(E)‘’Quem vira uma tal flor que a não cortara’’

 

6.( L.P.Truques e Táticas) Leia a estrofe abaixo.

 

Quem vira uma tal flor que a não cortara,

De verde pé, da rama florescente;

E quem um anjo vira tão luzente,

Que Por seu Deus, o não idolatrara?

 

Nessa estrofe, por meio de uma construção metafórica e paradoxal, o sujeito lírico revela

 

(A)  a admiração pela beleza da natureza.

(B)  a admiração pela  juventude da amada.

(C) o desejo de ter a proteção da amada.

(D) o desejo de contemplar a beleza da amada à distância.

(E)  o conflito entre o carnal e o espiritual.

 

7.( L.P.Truques e Táticas) Leia o poema de Gregório de Matos.

 


Nasce o Sol e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.

 

Porém se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?

 

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,

Na formosura na se dê constância,

E na alegria sinta-se a tristeza.

 

Começa o mundo em fim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.



(MATOS, Gregório. 25 poemas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1998. p.44.)01)

Nesse poema o tema central é

(A)  a instabilidade da vida.

(B)  as alegrias do ser humano.

(C) a ignorância sobre a passagem do tempo.

(D) as tristezas do ser humano.

(E)  a transfiguração da beleza.

8. (L.P.Truques e Táticas) O estado de espirito do sujeito lírico é apresentado por antíteses e metáforas. Destaque a alternativa em que há esses dois recursos de expressão nos versos do poema. 

(A) ‘’Nasce o Sol e não dura mais que um dia.

       Depois da Luz se segue a noite escura.’’

(B) ‘’Porém se acaba o Sol, por que nascia?

      Se é tão formosa a Luz, por que não dura?”

(C) ‘’Como a beleza assim se transfigura?

       Como o gosto da pena assim se fia?’’

(D) “Começa o mundo em fim pela ignorância,

        E tem qualquer dos bens por natureza”

(E) ” Na formosura na se dê constância,

       E na alegria sinta-se a tristeza.’’

 

9(L.P. Truques e Táticas) Leia o trecho da introdução do Sermão de Santo Antônio aos Peixes

     “Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salgo, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salgo, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal! ”

 

Embora o “Sermão de Santo Antônio aos peixes seja um texto do século XVII, apresenta discussões bastante atuais. Comente sobre os questionamentos do autor considerando a sociedade do século XXI.

 

 

 

 

 

 

 

 

10. (L.P. Truques e Táticas) Sabe-se que as artes do Barroco revelam a tensão vivida pelos indivíduos desse período. Os conflitos dessa época, como viver os prazeres da vida terrena sabendo de sua brevidade ou se preparar para a vida espiritual, a divisão entre fé e razão ainda afligem os seres humanos atualmente? Comente.

 

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