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quinta-feira, 2 de junho de 2011

CARTA A UM ADOLESCENTE

"Falar da maldade é falar sobre nós mesmos. A maldade é algo que mora dentro de nós, a espera de um momento certo para se apossar do nosso corpo. Para a gente entender a maldade é preciso entender, antes, os dois poderes que somos feitos. Somos feitos de uma mistura de amor e de poder. O amor é um sentimento que nos liga a determinadas coisas, e vai desde o simples gostar até o estar apaixonado.

O amor quer abraçar, ficar perto, proteger. Amo meu cachorro: quero brincar com ele, tenho saudades dele. Se ele morrer vou chorar. Gosto da minha casa. Dói muito - dá raiva - se alguém pixa de preto o muro que tinha justo sido pintado de branco. Gosto muito de uma pessoa: pode ser pai, a mãe, o avô, a namorada. Por causa desse sentimento fico triste vendo que aquela pessoa está triste. O amor faz isso: coloca o outro dentro da gente. O que o outro sente, a gente sente também ...

Aquilo que eu amo eu quero proteger. Proteger o cachorrinho, o muro da casa, a natureza...Às vezes, a gente quer algo anterior ao proteger: a gente quer criar. Você ainda não é pai. Não tem portanto, nenhum filho para proteger. Chegará um dia, entretanto, em que você desejará ter um filho que você ainda não tem. Para isso é preciso que você tenha os poderes de homem para semear no ventre de uma mulher a semente do filho que você ama, mas ainda não tem. Você deseja ser (ainda não é) administrador de empresa, cozinheiro, médico ou flautista: você ama essas coisas; mas ainda não é. O amor sozinho não faz milagres, para ser qualquer uma dessas coisas, você terá que, devagarzinho, ir desenvolvendo poderes no seu corpo, poderes que tomarão a forma ou de conhecimentos ou de habilidades.

Quando você tem essas duas coisas juntas, o amor e o poder, coisas muito bonitas acontecem. O poder torna possível a existência daquilo que a gente ama: gero um filho, planto um jardim, construo uma casa. O poder, assim, está a serviço da alegria. Pelo poder eu posso contribuir para que o mundo seja melhor...Acontece, entretanto, que a vida anda devagar. Leva tempo para uma criança ser gerada. Leva tempo para uma árvore crescer...

Já a morte anda rápido. Mata-se numa fração de segundo. Basta puxar um gatilho, ou pisar num bixo, ou quebrar um ovo. Você me perguntou sobre a maldade: maldade é isso- quando as pessoas sentem prazer no ato de destruir, isto é quando as pessoas sentem prazer no exercício puro do poder, sem que esse poder tenha um objetivo de vida. Bondade é o poder usado para a vida. Maldade é o poder usado para a morte...

Há coisas que nunca faríamos sozinhos. Mas, em grupo, tudo é permitido. As pessoas mais mansas podem se tornar monstruosas em grupo. No grupo a gente perde o senso de responsabilidade moral.

Como eu já disse, o poder como fim em si mesmo, sem um propósito de amor, dá prazer rápido... Eu queria dar para vocês, como herança, o ovo onde moram os meus sonhos, na esperança de que vocês continuassem a chocá-lo, depois da minha partida. Sim, o mundo que eu amo se parece com um ovo: está cheio de vida, mas é muito frágil... Mas eu tenho medo de que vocês não resistam à tentação de quebrar o ovo onde eu e o meu mundo moramos. Como é fácil quebrar um ovo! Fácil e irreversível: nunca mais! Assim, por enquanto, o ovo onde moram os meus sonhos fica sob minha guarda. Até encontrar herdeiros que eu espero.   " Rubem Alves "
 
 
Resposta ao autor
       Primeiramente agradeço-te por me abrir tão claramente os olhos a respeito do venha ser maldade. Agora eu vejo o quanto é importante o papel de cada ser vivo na natureza e no mundo.
       A maioria das pessoas veem o mundo de forma muito obscura, o importante é se dar bem, é sobreviver, mesmo que isso custe o fracasso e a vida dos outros; e quando ajudam não é uma entrega total, é apenas o que resta de si ou algo como regras sociais. E isso é mau.
    A respeito da tua opinião sobre o dilema amor-poder, verdadeiramente esse é um dos grandes motivos de tanto sofrimento e aflição, pois quem ama não exige, não tem poder sobre o outro, o sentimento deve ser recíproco. Na verdade o poder não existe no sentido universal do amor, pois tudo tem que ser compartilhado.
     Nós , jovens, não temos força no poder, e sim na nossa vitalidade de querer transformar o mundo, mudar nosso destino... e aí pecamos, pois queremos ser felizes sem  ter amor. Assim a juventude se apoia numa falsa  ilusão de poder, sem perceber que a vida é muito mais confortável quando respeitamos o espaço do outro.
    Então, mais uma vez agrade-te pela grande ajuda que me deste, a fim de que eu pudece realmente entender um pouco mais da importância, não da maldade, mas de praticar a bondade; amar sem sufocar, sem exigir, amar e respeitar que os outos também amem e principalmente vivam.
 
Edson Luciano, aluno do 3º ano, ensino médio.
 

2 comentários:

  1. Ao longo do texto, o autor delimita o tema em discussão, relacionando-o com a adolescencia.
    Para o autor, essa fase da vida caracteriza-se por um perigoso fascínio pelo poder como um fim em si mesmo, por duas causas principais. identifique-as.

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