QUESTÕES
OBJETIVAS (1,0) QUESTÕES
DISCURSIVAS (1,5)
1.(L.P. Truques e
Táticas)) Leia o texto abaixo.
Louco,
sim, louco, porque quiz grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;:
Porisso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que ha.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura o que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadaver addiado que procria?
Fernando
Pessoa
Nesse
poema é correto afirmar que:
(A) é o louvor a
loucura que distingue o homem do animal e o faz ir em frente na busca da
realização do sonho, haja o que houver.
(B) é
a loucura que arrasta o homem para o fracasso, ideia clara na expressão “Ficou
meu ser que houve”.
(C) está subtendido
no verso «Ficou meu ser que houve, não o que há», que o sujeito lírico faz
referência aos seus sonhos interrompidos no areal.
(D) está claro que
o sujeito lírico se assume como um ser ousado que busca grandezas, mas sugere
cautela usando a expressão ” cadáver adiado”
(E) a loucura, vista pelo sujeito lírico como algo
que apequena o homem, o leva para o fracasso.
2. (L.P.Truques e Táticas) O texto a seguir pertence a um dos
heterônimos de Fernando Pessoa:
LISBON REVISITED
Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
[...]
Levando em consideração que cada heterônimo se destaca com temáticas
diferentes, é correto afirmar que
(A) a
estrofe mostra o pessimismo de Álvaro de Campos presente em grande parte dos
seus poemas.
(B) a
preocupação existencial presente em Alberto Cairo está presente nesses versos.
(C) a
negação da vida presente na poesia de Alberto Caeiro.
(D) a
preocupação com a morte na poesia de Ricardo Ries.
(E) a
inquietude de Ricardo Reis presente em grande parte dos seus poemas.
3.(L.P.Truques e Táticas)A estrofe a seguir pertence a obra O guardador
de Rebanhos de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido
Esses versos encaminham o leitor para a principal característica
temática abordada na poesia de Alberto Caeiro. Trata-se:
(A) do distanciamento do tempo presente;
(B) da preocupação com a vida campestre;
(C) da
reflexão sobre os elementos da natureza;
(D) da
valorização do pensamento filosófico;
(E) da
valorização dos sentidos.
4. (L.P.Truques
e Táticas) Leia a estrofe abaixo do heterônimo Álvaro de Campos.
Ao volante
do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e
ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho
guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece,
ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo
por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo
sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e
que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar
a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando
chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta
inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
Sempre,
sempre, sempre,
Esta
angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada
de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
A partir da
leitura dessa estrofe, é possível inferir
(A) que o
sujeito lírico, metaforicamente, embora confuso, mostra contentamento com a
vida e seus caminhos;
(B) que o
sujeito lírico lamenta por estar em Sintra, já que sua certeza é Lisboa;
(C) que há,
no eu lírico, angústia, pessimismo e indecisão
em relação à vida e seus
caminhos;
(D) que a
preocupação do eu lírico se limita a espações físicos: Sintra e Lisboa.
(E) que o
sujeito lírico dirige devagar para ter certeza do local onde quer repousar.
5.
(L.P.Truques e Táticas) Leia as estrofes de Ricardo Reis,
heterônimo de Fernando Pessoa.
Segue o Teu Destino
Segue o
teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
[...]
Nesses versos é claro o
A) racionalismo presente
na poética de Ricardo Reis.
B) a negação da realidade.
C) o pessimismo diante da
vida.
D) a instabilidade
emocional.
E) o sofrimento causado
pela solidão.
6. .(L.P.Truques e Táticas) Leia o poema abaixo
Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e
demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação
feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da Manhã)
De acordo com o texto
A) Todos os clientes
mostraram-se comovidos diante da ideia da morte
B) Na segunda estrofe
a morte é vista com indiferença por um dos clientes do café
C) Enquanto uns veem a vida como uma
agitação feroz, outro a vê apenas como traição
D) A morte é algo distante para todos os
clientes do café, já que estão confiantes na vida
E) A palavra longamente da segunda
estrofe se opõe a palavra maquinalmente da primeira
7.(L.P.Truques e
Táticas) Há uma contraposição na segunda estrofe em relação à primeira. Essa relação
semântica pode ser estruturada pelo conectivo
A) contudo
B) portanto
C) pois
D) logo
E) porque
8. (L.P.Truques e
Táticas) Sabendo que a Semana de Arte Moderna marcou didaticamente o Modernismo
no Brasil, faça considerações sobre esse evento e sobre as principais
características da primeira fase, ou seja, fase heroica dessa escola literária.
9.(L. P. Truques e
Táticas) Comente sobre a produção
literária de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, considerando o
estilo e os temas de destaque desses heterônimos de Fernando Pessoa.
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