MATERIAL DE APOIO PARA AS QUESTÕES 1 e 2
1.(L.P. Truques e Táticas) Analise o perfil psicológico da
personagem Fortunato do conto Causa secreta, considerando primeiramente a forma
como ele foi apresentado no quarto parágrafo e depois a leitura integral do
conto. A partir disso pode-se inferir que
A
peça era um dramalhão, cosido a facadas, ouriçado de imprecações e remorsos;
mas Fortunato ouvia-a com singular interesse. Nos lances dolorosos, a atenção
dele redobrava, os olhos iam avidamente de um personagem a outro, a tal ponto
que o estudante suspeitou haver na peça reminiscências pessoais do vizinho. No
fim do drama, veio uma farsa; mas Fortunato não esperou por ela e saiu; Garcia
saiu atrás dele. Fortunato foi pelo beco do Cotovelo, rua de S. José, até o
largo da Carioca. Ia devagar, cabisbaixo, parando às vezes, para dar uma
bengalada em algum cão que dormia; o cão ficava ganindo e ele ia andando. No
largo da Carioca entrou num tílburi, e seguiu para os lados da praça da
Constituição. Garcia voltou para casa sem saber mais nada.
A. O narrador antecipa traços da
personalidade de Fortunato que serão revelados a Garcia é ao leitor no decorrer
do texto.
B. Nesse momento Garcia traça um perfil
psicológico de Fortunato compreendendo o que se passa no interior daquele homem
altruísta.
C. O narrador revela ao leitor a verdadeira face
de Fortunato, a causa secreta que dá título ao conto.
D. A atitude de Fortunato em relação ao cão que
dormia, não condiz com a forma que ele trata outro tipo de animais.
E. As cenas de violência vistas por
Fortunato na peça causaram medo e repúdio. Tudo isso o fez deixar o teatro
antes do término da encenação.
2. (L.P. Truques e Táticas) A causa secreta que dá título ao
conto de Machado de Assis é totalmente revelada ao leitor e a Garcia. Em qual
momento dá narrativa isso ocorre?
A. No momento em que Fortunato trata
Gouvêa
com indiferença.
B. Quando Fortunato vela o corpo de Maria Luísa, sua
esposa.
C. Quando Garcia o encontra torturando um rato.
D. Quando Garcia vê Fortunato dando bengaladas em um
cão que dormia.
E. Quando Fortunato se dedica a cuidar dos doentes na
casa de saúde.
MATERIAL DE APOIO PARA AS QUESTÕES 3,4 e 5
3.(L.P. Truques e Táticas) O conto Os
obedientes de Clarice Lispector inicia-se com observações a respeito do próprio
conto, como se observa a seguir. "Trata-se de uma situação simples, um
fato a contar e esquecer. Mas se alguém comete a imprudência de parar um
instante a mais do que deveria, um pé afunda dentro e fica-se
comprometido." Considerando o comentário e o trecho acima, pode-se
concluir que a função da linguagem em destaque é:
A. Referencial
B. Metalinguística
C. Fática
D. Conativa
E. Poética
4.(L.P. Truques e Táticas)Identifique o único
trecho abaixo do conto Os obedientes em que não se evidencia uma opinião da
narradora.
A.
Eles nunca se lembrariam de
desobedecer. Tinham a compenetração
briosa que lhes viera da consciência nobre de serem duas pessoas entre milhões
iguais.
B.
Não, não é verdade. Não era uma vida de
sonho, pois este jamais os orientara. Mas de irrealidade.
C.
E pessoas precisam tanto poder contar a
história delas mesmas.
D. Era surpreendente de como os dois não eram tocados,
por exemplo, pela política, pela mudança de governo, pela evolução de um modo
geral, embora também falassem às vezes a respeito, como todo o mundo.
E.
Cronologicamente a situação era a
seguinte. Um homem e uma mulher estavam casados.
5. (L.P. Truques e Táticas) A epifania
é um dos recursos utilizados na produção de Clarice Lispector. O trecho em que isso ocorre é
A.
Ele fingindo com severa honestidade uma
atenção minuciosa ao jornal, os ouvidos atentos. Nesse momento é que o marido
tocava no fundo com pés surpreendidos. Não poderia permanecer
muito tempo assim, sem risco de afogar-se, pois tocar no fundo também significa
ter a água acima da cabeça.
B.
Sentava-se para emendar roupa, e pouco
a pouco vinha vindo a realidade. Era intolerável enquanto durava a sensação de
estar sentada a emendar roupa. O modo súbito do ponto cair no i,
essa maneira de caber inteiramente no que existia e de tudo ficar tão
nitidamente aquilo mesmo — era intolerável.
C.
Aos poucos o futuro dessa mulher passou
a se tornar algo que ela trazia para o presente, alguma coisa meditativa e
secreta.
D.
Cada coisa parecia o sinal de outra coisa,
tudo era simbólico, e mesmo um pouco espírita dentro do que o catolicismo
permitiria
E.
Assim chegamos ao dia em que, há muito
tragada pelo sonho, a mulher, tendo dado uma mordida numa maçã, sentiu
quebrar-se um dente da frente. Com a maçã ainda na mão e olhando-se perto
demais no espelho do banheiro — e deste modo perdendo de todo a perspectiva —
viu uma cara pálida, de meia-idade, com um dente quebrado, e os próprios
olhos...
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