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sábado, 30 de março de 2019

Prova sobre o Parnasianismo e o Simbolismo

Centro de Ensino Amado Joaquim - CEAJ
Professora: Rony Faieth Ferreira Passinho
Aluno (a): ________________________________________
Prova de Literatura
1.    (L.P. Truques e Táticas) Leia o poema a seguir

Cárcere das almas

Ah! Toda alma num cárcere anda presa
Soluçando nas trevas, entre as grades  
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza

Tudo se veste de igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas
 Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! 

Nesses silêncios solitários, graves, 
Que chaveiro do Céu possui as chaves 
Para abrir-nos as portas do Mistério!  
                          Cruz e Sousa

Sobre o poema simbolista Cárcere das almas, Não convém afirmar que
A. a alma está presa ao corpo, ou à sociedade, em um sofrimento profundo e silencioso
B. a morte e o sonho são apresentados como forma de libertação da alma
C. a religiosidade está presente no poema, como se observa nos dois últimos versos
D. a dor existencial é sugerida no poema através de palavras como trevas, dor, atroz e funérea.
E. a alma solitária não vê a possibilidade de sublimação, apenas os grilhões, e a dor profunda, como se observa na terceira estrofe.
2(L.P. Truques e Táticas) São características do Simbolismo utilizadas no poema Cárcere das almas
A. universo onírico, subjetividade, decadentismo, espiritualidade
B. descritivismo, individualismo, pessimismo, cientificismo
C. misticismo, objetividade, cientificismo, sugestão
D. universo onírico, subjetividade, decadentismo, materialismo
E. Valorização da espiritualidade humana, objetivismo, descritivismo, racionalismo

3(L.P. Truques e Táticas) Através de sugestões, o poeta simbolista faz uso de símbolos para significar ideias. Nesse sentido é comum o uso de figuras de linguagem como uma das características do Simbolismo. No poema Cárcere das almas, a metáfora foi utilizada em vários versos, como se observa em
A.    Nesses silêncios solitários, graves
B.     Ah! Toda alma num cárcere anda presa
C.     Mares, estrelas, tardes, natureza
D.    Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
E.     Tudo se veste de igual grandeza
4(L.P. Truques e Táticas) “Nesses silêncios solitários, graves”  . Nesse verso do poema, o autor usa um dos recursos sonoros muito comum no Simbolismo. Trata-se do uso da
a.    Aliteração           B. Antítese     C. Metáfora    D. Metonímia   E. Sinestesia

5(L.P. Truques e Táticas) Leia o poema abaixo do poeta Cruz e Sousa para responder à questão a seguir
O Assinalado
Tu és o louco da imortal loucura,
O louco da loucura mais suprema.
A Terra é sempre a tua negra algema,
Prende-te nela a extrema Desventura.

Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma Desventura extrema
Faz que tu ’alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.

Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco…

Na Natureza prodigiosa e rica
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!
Depreende-se do texto que
a.      a loucura é vista de forma negativa pelo eu lírico, uma vez que o afasta do contexto social
b.      a desventura do poeta é sugerida pelo afastamento do mundo material
c.      o eu lírico afirma que o infortúnio de estar preso à terra tem um efeito positivo, pois promove a transcendência do sujeito
d.     para o eu lírico o poeta é apenas um louco condenado a um mundo despovoado de belezas
e.      o termo assinalado sugere que o poeta é apenas alguém condenado a viver preso a terra, que é descrita metaforicamente como uma negra algema

Leia os textos a seguir para responder as questões 6 e 7

 
ACROBATA DA DOR
    Gargalha, ri, num riso de tormenta,
    Como um palhaço, que desengonçado,
    Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
    De uma ironia e de uma dor violenta

     Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
     Agita os guizos e convulsionado
      Salta, gavroche, salta, clown, varado
      Pelo estertor dessa agonia lenta...

    Pedem-te bis e um bis não se despreza!
       Vamos! retesa os músculos, retesa
       Nessas macabras piruetas d`aço...

    E embora caias sobre o chão, fremente
   Afogado em teu sangue estuoso e quente
  Ri,! Coração, tristíssimo palhaço.
                                                Cruz e Sousa

                    Mal Secreto
Se, a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
                                      Raimundo Correia



6(L.P. Truques e Táticas) Aponte a análise correta a respeito do poema Acrobata da dor do poeta simbolista Cruz e Sousa

A.O sorriso do palhaço nas primeiras estrofes é verdadeiro, somente no último verso do poema que a tristeza é revelada ao leitor
B.     A plateia não exerce nenhuma influência sobre o comportamento do palhaço
C.     O poeta sugere que o ser humano, muitas vezes oculta a sua dor em um mundo de encenações e representações
D.    A imagem do palhaço apresentada na segunda estrofe é desconstruída nos versos finais do poema, uma vez que ele muda o seu estado de espírito
E.     O título de um poema simbolista geralmente sugere o que será abordado nas estrofes, no entanto isso não acontece em Acrobata da dor

7(L.P. Truques e Táticas) Analise as afirmações de acordo com a leitura dos poemas Acrobata da dor  e Mal Secreto de Raimundo Correia

I.                   O segundo texto não pertence ao Simbolismo, no entanto, apresenta, assim como o primeiro,  aprimoramento formal, a utilização de vocabulário requintado e erudito e a força das imagens sugestivas.
II.                Tanto Acrobata da dor quanto Mal Secreto, refletem metaforicamente sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Pois assim como nos poemas em questão, a necessidade de ser socialmente aceito faz com que muitas vezes o indivíduo suporte as suas dores e aja de forma dissimulada.
III.             Seguindo uma postura antimaterialista, os autores tanto do primeiro texto como do segundo valorizam o misticismo, a religiosidade e a sublimação
IV.              Podemos observar que enquanto no segundo texto o verdadeiro estado de espírito é revelado com clareza através da face, no primeiro se revela através das acrobacias do palhaço
  De acordo com as afirmações, responda a alternativa coerente.
A.     Apenas I e II.
B.     Apenas II, III e IV.
C.     Apenas I, II e III.
D.    Apenas I, III e IV.
8.Leia o excerto abaixo.
“Os perfumes, as cores e os sons correspondem-se”.
 Há os frescos aromas de carne infantil,
Doces como oboés, e verdes como prados.” (Autor: Charles Baudelaire (1821-1867)

Os versos acima evocam através da linguagem simbólica imagens:
A.     Metafisicas.
B.     Místicas.
C.     Materialistas.
D.    Sensoriais.
E.     Transcendentais
9.Sobre o Parnasianismo, escola literária à qual pertenceu Olavo Bilac, é correto afirmar, exceto:
A.  Contrariando a estética do Realismo e do Naturalismo, o Parnasianismo representou na poesia uma volta ao estilo clássico, sobretudo no que diz respeito à métrica do poema.
B.  Embora fosse contemporâneo do Realismo e do Naturalismo, o Parnasianismo apresentou uma temática diferente dessas correntes literárias ao propor um olhar sobre a linguagem, cuja temática predominante era a arte pela arte.
C. As principais características desse movimento literário, que teve como seu maior representante o poeta Olavo Bilac, foram a simplicidade da linguagem, valorização da cultura nacional e elevados níveis de subjetividade.
D.  Um dos principais objetivos da poesia parnasiana era combater o ideário dos poetas românticos que primavam pelos exageros de emoção e fantasia.
E. Objetivismo, racionalismo, universalismo, vocabulário culto e gosto pelas descrições são as principais características da linguagem da poesia parnasiana.

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
                                                                           Olavo Bilac

10(L.P. Truques e Táticas) No soneto acima, poeta mostra através da metalinguagem como deve ser a construção de um poema parnasiano. Considere os enunciados a seguir e identifique aquele que destoa da ideia apresentada no texto.
a.  O modo de trabalhar deve ser solitário, silencioso, árduo e paciente
b.    No poema, não deve aparecer o esforço do poeta, mas apenas o resultado de seu trabalho
c.     Enquanto o andaime significa metaforicamente o poema em construção, o edifício significa o resultado dessa construção: o poema perfeito
d.    A função do poeta deve ser trabalhar na elaboração do texto de forma que a beleza seja alcançada, valorizando o ideal de arte pela arte
e.    Na primeira estofe o poeta se afasta do cotidiano e valoriza a própria interioridade, rompendo com uma das características do Parnasianismo, a objetividade.

11.Leia os poemas A um poeta de Olavo Bilac (questão 10) e O soneto de Cruz e Sousa

O SONETO                                                                                      
Nas formas voluptuosas o Soneto                                                                    
Tem fascinante, cálida fragrância
E as leves, langues curvas de elegância
De extravagante e mórbido esqueleto.

A graça nobre e grave do quarteto
Recebe a original intolerância,
Toda a sutil, secreta extravagância
Que transborda terceto por terceto.

E como um singular polichinelo
Ondula, ondeia, curioso e belo,
O Soneto, nas formas caprichosas.

As rimas dão-lhe a púrpura vetusta
E na mais rara procissão augusta
Surge o Sonho das almas dolorosas...
SOUSA, Cruz e. Últimos sonetos. P.17. disponível em:http://www.dominiopublico.gov.br/download/bn000078,pdf.

                     Com base na leitura dos dois textos, assinale as proposições corretas.
01.  O segundo texto é visto, metaforicamente, como uma mulher sensual, o que sugere uma valorização da fertilidade e da vida. O primeiro denota através de metáforas que o trabalho do poeta é desgastante, é utilizada o andaime  sugere o esforço; o edifício, o poema pronto para ser apreciado.
02. No segundo texto o poeta exercita certa liberdade formal e o uso pouco convencional do vocabulário, essas características fazem com que o poeta seja visto como simbolista. Enquanto o texto de Olavo Bilac apresenta depuração formal e precisão vocabular que o faz ser visto como pleno e belo.
04. Os textos A um poeta e O soneto aproximam-se, no elogio que fazem à forma e têm por tema a própria poesia.
08. Tanto o poema de Olavo Bilac como o de Cruz e Sousa são metalinguísticos, pois tratam do próprio ato de escrever poemas. 
16.  Nos versos “Tem fascinante, cálida fragrância” e “e as leves, langues curvas de elegância”, segundo texto, ocorrem, respectivamente, sinestesia e aliteração.
32. Em “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” e “Rica mas sóbria, como um templo grego” , ocorrem, respectivamente polissíndeto e comparação.

12.Leia o fragmento abaixo do poema Vaso Chinês de Alberto de Oliveira
“Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármore luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.”

O trecho do poema acima é parnasiano. Ele revela um poeta:
A).  Distanciado da realidade.
B).  Engajado.
C).  Crítico.
D). Irônico.
E). Informal

13. (ENEM)

Ouvir estrelas
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.                 
  BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.

Ouvir estrelas
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo
que estás beirando a maluquice extrema.
No entanto o certo é que não perco o ensejo
de ouvi-las nos programas de cinema.

Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
que mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma boca de estrela dando beijo
é, meu amigo, assunto p’ra um poema.

Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
as estrelas, que dizem? Que sentido
têm suas frases de sabor tão raro?

Amigo, aprende inglês para entendê-las,
pois só sabendo inglês se tem ouvido
capaz de ouvir e de entender estrelas.

(TRIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In:Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961

A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que
A. no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa.
 B. no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
C. no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como dir-vos-ei e ouvi-las
D. no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”
E. no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas.  
14. (FESP) Com relação ao Parnasianismo, é correto afirmar:
A. É sentimentalista;
B.  Assume uma visão crítica da sociedade;
C. Seus autores estiveram sempre atentos às transformações do final do século XIX e início do seguinte;
D. O seu traço mais característico é o endeusamento da forma: arte pela arte
E. Seu poeta mais expressivo, Olavo Bilac, defendeu um retorno à arte barroca.



















 


Um comentário:

  1. 1. **E.** A alma solitária não vê a possibilidade de sublimação, apenas os grilhões, e a dor profunda, como se observa na terceira estrofe.
    A afirmação é incorreta, pois o poema sugere uma busca pela sublimação da alma, mesmo que o sofrimento esteja presente.

    2. **A.** Universo onírico, subjetividade, decadentismo, espiritualidade.
    Essas características são típicas do Simbolismo e estão presentes no poema.

    3. **B.** Ah! Toda alma num cárcere anda presa.
    Aqui, a metáfora expressa o estado de aprisionamento da alma, típico da linguagem simbolista.

    4. **A.** Aliteração.
    A repetição do som "s" em "silêncios solitários" caracteriza a aliteração.

    5. **C.** O eu lírico afirma que o infortúnio de estar preso à terra tem um efeito positivo, pois promove a transcendência do sujeito.
    A "Desventura" extrema leva à transcendência do poeta, que eleva sua alma.

    6. **C.** O poeta sugere que o ser humano, muitas vezes oculta a sua dor em um mundo de encenações e representações.
    A figura do palhaço que ri enquanto sofre é uma metáfora para a dissimulação da dor.

    7. **A.** Apenas I e II.
    Ambas as afirmações são corretas. A primeira destaca a similaridade formal dos poemas, e a segunda explora a reflexão sobre a dissimulação das emoções.

    8. **D.** Sensoriais.
    Os versos evocam imagens ligadas aos sentidos (olfato, audição e visão), características do Simbolismo.

    9. **C.** As principais características desse movimento literário, que teve como seu maior representante o poeta Olavo Bilac, foram a simplicidade da linguagem, valorização da cultura nacional e elevados níveis de subjetividade.
    Essa afirmação está incorreta, pois o Parnasianismo valoriza a formalidade, o universalismo, e o culto à forma.

    10. **E.** Na primeira estrofe o poeta se afasta do cotidiano e valoriza a própria interioridade, rompendo com uma das características do Parnasianismo, a objetividade.
    O Parnasianismo preza pela objetividade, e o afastamento do cotidiano no poema não é um rompimento com essa característica.

    11. **02, 04, 08, 16, 32.**
    As proposições 02, 04, 08, 16 e 32 são corretas. A 01 está errada porque o segundo texto não sugere valorização da fertilidade e vida.

    12. **A.** Distanciado da realidade.
    O Parnasianismo é caracterizado pela impessoalidade e distanciamento da realidade cotidiana, valorizando a estética.

    13. **B.** No texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
    O poema de Bilac retrata a dificuldade de compreensão das estrelas, enquanto Tigre ironiza essa busca tornando-a mais tangível e mundana.

    14. **D.** O seu traço mais característico é o endeusamento da forma: arte pela arte.
    O Parnasianismo é marcado pelo culto à forma, pela busca da perfeição estética, sem preocupações com conteúdo social ou emocional.

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