TEXTO
I
Aula
de Português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos
Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a
língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são
dois; o outro, mistério.
Carlos
Drummond Andrade
TEXTO II
“Português é muito difícil”
Essa
afirmação preconceituosa é prima-irmã da ideia [...] de que “brasileiro não
sabe português”. Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma
gramatical de Portugal, as regras que aprendemos na escola em parte não
correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. Por isso
achamos que “português é uma língua difícil”: porque temos de decorar conceitos
e fixar regras que não significam nada para nós. No dia em que nosso ensino de
português se concentrar no uso real, vivo e verdadeiro da língua portuguesa
do Brasil é bem provável que ninguém mais continue a repetir essa bobagem.
Todo
falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, no
sentido científico do verbo saber, significa conhecer intuitivamente e
empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela.
Está
provado e comprovado que uma criança entre os 3 e 4 anos de idade já domina
perfeitamente as regras gramaticais de sua língua! O que ela não conhece são
sutilezas, sofisticações e irregularidades no uso dessas regras, coisas que só
a leitura e estudo podem lhe dar. Mas nenhuma criança brasileira dessa idade
vai dizer, por exemplo: “Uma meninos chegou aqui amanhã”. Um
estrangeiro, porém, que esteja começando a aprender português, poderá se
confundir e falar assim. [...]
BAGNO, Marcos. Preconceito
linguístico: o que é, corno se faz. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2000. p. 35.
(Fragmento.)
1. A respeito do texto II está
correta a opção:
A. O autor defende a ideia de que
brasileiro não sabe português
B. Português é uma língua muito
difícil
C. A língua deve ser baseada em
regras
D. O Português é fácil desde que se
concentre no seu uso real e espontâneo.
2. “Uma meninos chegou aqui amanhã”. Segundo o autor do texto II,
essa frase não seria dita por nenhuma criança brasileira, já que:
a.
A criança aprende as regras da língua na escola
b.
Tem preocupação com o emprego correto da língua
c.
Conhece a gramática de sua língua
d.
Conhece as sofisticações de sua língua
3. “Todo falante nativo de uma
língua sabe essa língua”. A
língua que todo falante sabe, segundo o autor do texto II, é mencionada no
texto I como se observa no trecho:
a. linguagem na superfície estrelada de letras
b. Professor Carlos Góis, ele é quem
sabe
c. Figuras de gramática, esquipáticas
d. A linguagem na ponta da língua
4. No texto I, o poeta expressa o
contraste ente marcas de variação de uso da linguagem em:
a. Situações formais e informais
b. Diferentes regiões do país
c. Diferentes épocas
d. Textos técnicos e poéticos
5. No poema, a referencia à
variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho:
a. A linguagem na ponta da língua
b. A linguagem na superfície
estrelada de letras
c. A língua em que pedia para ir lá
fora
d. A língua do namoro com a prima
6. A língua do namoro com a prima no
texto I seria a que o autor do texto II considera:
A. Real, viva e verdadeira
B. Língua com sutilezas e
sofisticações
C. Língua que se aprende através de
leituras
D. Língua baseada em regras
gramaticais
Cilada verbal
Há vários modos de
Matar um homem:
Com o tiro, a fome
a espada
Ou com a palavra
– envenenada.
Não é preciso força.
Basta que a boca solte
a frase engatilhada
e o outro morre
na sintaxe da
emboscada.
SANT’ANNA, Affonso Romano de. O
Globo, Rio de Janeiro, 1995.
07. No poema acima, o poder da
linguagem é comparado ao poder de uma arma ou de um veneno.
As alternativas abaixo contém
exemplos, retirados do poema, de expressões que refletem essa imagem metafórica
da linguagem, EXCETO
a) com a palavra envenenada.
b) solte a frase engatilhada.
c) morre na sintaxe da emboscada.
d) matar um homem com a espada.
08. Todas as palavras abaixo
pertencem à classe dos substantivos, exceto:
a. Homem
b. Fome
c. Espada
d. Engatilhada
09. Ou com a palavra
– envenenada
A palavra em destaque é um adjetivo assim como a
que está em destaque na alternativa:
a. Criança brasileira
b. A brasileira
c. Uso real
d. Falante nativo
10. Mas nenhuma criança brasileira dessa
idade vai dizer, por exemplo: “Uma meninos chegou aqui amanhã”. A
conjunção em destaque pode ser substituída sem alteração de sentido da oração
por:
a. e
b. por
isso
c.
entretanto
d.
portanto
amei.parabéns otimas atividadessss
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