TEXTO A
[...]
Creio no mundo como
num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez
para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
[...]
TEXTO B
Sou um guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
[...]
Esses trechos fazem parte de poemas que
são atribuídos a Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa.
a)
O que caracteriza esse heterônimo?
b)
O que há de comum nesses dois poemas? Justifique a
sua resposta.
2. Apropriando-se da temática de
Ricardo Reis, discorra sobre os trechos a seguir estabelecendo comparações
entre eles.
TEXTO I
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
[...]
TEXTO II
Só o ter flores pela
vista fora
Nas áleas largas dos jardins exatos
Basta para podermos
Achar a vida leve.
De todo o esforço seguremos quedas
As mãos, brincando, pra que nos não tome
Do pulso, e nos arraste.
E vivamos assim,
Buscando o mínimo de dor ou gozo,
Bebendo a goles os instantes frescos,
Nas áleas largas dos jardins exatos
Basta para podermos
Achar a vida leve.
De todo o esforço seguremos quedas
As mãos, brincando, pra que nos não tome
Do pulso, e nos arraste.
E vivamos assim,
Buscando o mínimo de dor ou gozo,
Bebendo a goles os instantes frescos,
[...]
3.Leia o texto de
fernando pessoa e dê uma interpretação
coerente a última estrofe.
O AMOR QUANDO SE REVELA
O amor, quando se revela,
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
mas não lhe sabe falar.
[...]
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
mas não lhe sabe falar.
[...]
Mas quem sente muito, cala;
quem quer dizer quanto sente
fica sem alma nem fala,
fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
o que não lhe ouso contar,
quem quer dizer quanto sente
fica sem alma nem fala,
fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
o que não lhe ouso contar,
já não terei que falar-lhe
porque lhe estou a falar...
porque lhe estou a falar...
4.O texto a seguir
pertence ao autor português Mário de Sá Carneiro.
É possível estabeler
comparações entre a vida do autor e o poema
Dispersão? Justifique.
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
[...]
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
[...]
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projeto:
Se me olho a um espelho, erro —
Não me acho no que projeto.
Nem as linhas que projeto:
Se me olho a um espelho, erro —
Não me acho no que projeto.
[...]
Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...
5. Fernando Pessoa, o
mais importante escritor modernista português, famoso pela sua original
capacidade de criar heterônimos, ou seja, poetas dotados de autenticidade. É
como se o poeta se desdobrasse em vários outros. Esse desdobramento permite
diferentes maneiras de ver e interpretar o mundo. A partir dessa afirmação
comente sobre a produção literária dos principais heterônimos de Fernando
Pessoa.
6.Leia um trecho de
Tabacaria.
Come
chocolates, pequena;
Come
chocolates!
[...]
Pudesse
eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas
eu penso e, ao tirar o papel de prata que é de folha de estanho,
Deito
tudo para o chão, como tenho deitado a vida.
[...]
Fiz
de mim o que eu não soube,
E
o que eu podia fazer de mim não fiz
O
dominó que vesti era errado.
No trecho de Tabacaria, o eu lírico se depara
com uma criança e se dirige a ela com modo exclamativo: come chocolates
pequena/ come chocolates! Com essa frase o eu lírico incentiva a criança a:
a.
Desfrutar prazeres de maneira espontânea, sem preocupações.
b.
Desprezar as pessoas que sofrem com desilusões da existência.
c.
encarar a vida de maneira irresponsável
d.
Desfrutar o momento com responsabilidade
7. Ainda dirigindo-se a
criança, o eu lírico lamenta-se: pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade
com que comes! Por que o eu lírico é incapaz de agir como a criança?
8. Associe os versos
aos heterônimos de Fernando Pessoa
a.”
Eu não tenho filosofia, tenho sentidos
Se
falo na natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas
porque a amo, e amo-a por isso,
Porque
quem ama nunca sabe o que ama
Nem
sabe porque ama, nem o que é amar...”
b.
“Segue o teu destino
rega
as tuas plantas
Ama
as tuas rosas
O
resto é sombra
De
árvores alheias”
c. “Se eu fosse
outra pessoa, fazia-lhes, a todos, as vontades
Assim,
como sou, tenham paciência!
Vão
para o diabo sem mim,
Ou
deixe-me ir sozinho para o diabo!
Para
que havemos de ir juntos?”
GABARITO
- questão: Alberto Caeiro é o poeta das sensações. Para ele basta usar os órgãos dos sentidos. É isso que ele valoriza, como o próprio diz em um dos seus poemas" eu não tenho filosofia, tenho sentidos" . Os dois textos são semelhantes pela maneira como ele percebe o mundo, pelos sentidos.
- O eu lírico mostra como é possível aproveitar os
momentos felizes e evitar os sofrimentos, nos aconselha evitar as dores
e saborear os instantes de felicidade. É certo que a vida passa, então
que saibamos passá-la sem desassossego grandes.
- Esse texto fala sobre a dificuldade de se externar os sentimentos. mas se esse calar revelar todo o sentimento, já não precisam palavras, apenas os gestos revelam o sentir.
- Sim. o autor teve uma vida cheia de conflitos interiores, o que o levou a cometer suicídio ainda muito jovem. Nesse texto percebe-se a dificuldade de compreender-se, o eu lírico se sente perdido em seu próprio mundo.
- Essa questão pede que se fale a respeito do estilo e temática de cada heterônimo, dos mais conhecidos: Alberto Cairo, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
- a
- O eu lírico tem as preocupações de um adulto, enquanto a criança é inocente, espontânea.
- a. Alberto Caeiro, b.Ricardo Reis c. Álvaro de Campos
Aluno (a):
_________________ Nº ______
Professora: Rony Faieth
muito boa sua atividade, mas cadê o gabarito?
ResponderExcluirQuer tudo fácil, não é "Anônimo".. hehe
ResponderExcluirBom dia! Achei sua prova sobre Fernando Pessoa ótima. Por favor, me envie o gabarito.
ResponderExcluirDesde já agradeço.
veroilza@hotmail.com
Por favor me envie o gabarito. Amei suas atividades!
ResponderExcluirveroilza@hotmail.com
E o gabarito???
ResponderExcluirAdorei! Obrigada por compartilhar.
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